Composta por 17 bairros:
BOA VIAGEM
CACHOEIRA
CHARITAS
CENTRO
FÁTIMA
GRAGOATÁ
ICARAÍ
INGÁ
JURUJUBA
MORRO DO ESTADO
PÉ PEQUENO
PONTA DA AREIA
SANTA ROSA
SÃO DOMINGOS
SÃO FRANCISCO
VIRADOURO
VITAL BRAZIL
Boa Viagem, um dos menores bairros de Niterói, apresenta como limites Ingá, São Domingos, Gragoatá e as águas da Baía de Guanabara. No seu litoral encontramos falésias com grutas E as ilhas de Cardos e Boa Viagem. A ilha da Boa Viagem, de relevo bastante erodido, com pequenas grutas e coberta de vegetação, tem excelente localização em relação à entrada da Baía de Guanabara, onde se avistam todas as embarcações que chegam ou saem da baía, e abriga a Igreja de N. S. da Boa Viagem, construída no séc. XVII. O Museu de Arte Contemporânea – MAC está situado em dos seus mirantes
Localizado a partir da confluência das duas principais vias do bairro de São Francisco (Avenidas Rui Barbosa e Presidente Roosevelt), o bairro de Cachoeiras estende-se até o Largo da Batalha sendo, do ponto de vista geográfico, o fundo do vale situado entre as encostas do Cavalão e do Morro de Santo Inácio. Este caminho recebeu posteriormente a denominação de Estrada da Cachoeira, pois nele existe um rio que desce do Largo da Batalha em direção à praia do Saco de São Francisco pela encosta íngreme e que, em outras épocas, formava uma cachoeira. Cachoeiras limita-se com Viradouro, Largo da Batalha, Maceió, Cafubá e São Francisco tendo sido criado pela Lei nº 4895 de 08.11.96.
O nome do bairro, tem origem na palavra latina charitas, que significa caridade. O bairro está na enseada de São Francisco, numa estreita faixa de terra compreendida entre a orla e o Morro da Viração. As suas terras integraram a Sesmaria dos Jesuítas e nelas foi instalado o cemitério contíguo à Igreja de São Francisco Xavier. O bairro ainda tem construções que contam sua história, como o Casarão e a Casa da Princesa (hoje Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa no Preventório). A Escadaria do Mosaico, na rua Oscar Pereira, é uma arte pública tombada como patrimônio cultural.
Nos primórdios da colonização o Centro fazia parte da Sesmaria do Cacique Araribóia que construiu, no alto do estratégico Morro de São Lourenço, a principal aldeia de seus domínios. Boa parte do território pertencente a Araribóia ficou desocupado, facilitando o estabelecimento do colonizador. Assim começou a ocupação de São Domingos e de toda a área da Praia Grande — de onde partiam trilhas em direção ao interior, através dos vales. Nesses povoados foram construídos atracadouros onde também se comercializavam produtos procedentes do interior e produtos que chegavam pelo mar. Ainda no início do séc. XIX, 1820, foi traçado um plano urbanístico para a área que viria a se tornar o atual Centro de Niterói. Quando a Cidade do Rio de Janeiro foi transformada em Município Neutro e sede do Governo Imperial, em 1834, tornou-se necessário escolher o local para instalar o Governo Provincial. Assim, a Vila Real da Praia Grande foi elevada a categoria de Cidade, denominando-se Nictheroy, passando a ser a capital da Província do Rio de Janeiro.
O bairro surgiu da compra de uma área da antiga Chácara do Vintém, onde existia uma fonte usada pelos jesuítas, que teve papel relevante no abastecimento de água da cidade. Durante muitas décadas a água deste manancial foi utilizada, mesmo quando das tentativas (a primeira em 1892) de se captar água da Serra de Friburgo. Por entre os morros e também nestes, a Companhia Proprietária Brasileira, após aquisição da área, projetou e executou o loteamento de Vila Paraná, abrindo ruas, não só nos vales existentes, mas também nas encostas. Por volta de 1945, foi criada a Associação de Moradores (antigo Centro Pró-Melhoramento de Vila Paraná) que decidiu trocar o nome da Vila para Nossa Senhora de Fátima. Os moradores que não eram católicos não aceitaram esta denominação passando então o bairro a chamar-se simplesmente, Fátima.
Gragoatá é um dos menores bairros de Niterói e o que apresenta menor número de habitantes. O Forte Gragoatá, construído entre o final do século XVII e o início do século XVIII, é o principal monumento histórico do bairro. A origem do seu nome está ligada a uma planta bromeliácea denominada Gravatá, que foi abundante no local. Na esquina das ruas Presidente Domiciano e Passo da Pátria, a Western Telegraph Co. Ltda possuia residência para seus funcionários solteiros conhecida como "Chácara dos Ingleses". O mesmo prédio, depois, abrigou o Colégio Icarahy, o Serviço das Águas, a Faculdade de Engenharia e atualmente Faculdade de Arquitetura da UFF, que ainda está lá. Os estrangeiros também influenciaram na fundação, em 1895, do Grupo de Regatas Gragoatá, para a prática do remo.
Icarahy em tupi-guarani significa água ou rio sagrado. É um bairro de função polarizadora, o mais populoso e com maior densidade demográfica no contexto municipal. A origem do bairro remonta à Freguesia de São João de Carahy, parte integrante da Sesmaria dos Índios, concedida a Araribóia em 1568. Localizavam-se em sua área duas grandes fazendas: Fazenda de Icaraí de Estanislau Teixeira da Mata e a Fazenda do Cavalão, do Tenente Coronel Antonio José Cardoso Ramalho.
O Ingá, bairro histórico de Niterói, é cercado de morros formando um vale que se abre em direção ao mar. Esses morros isolavam o Ingá dos outros pontos de Niterói, à exceção de São Domingos. Ruas são abertas interligando o Ingá diretamente com outros bairros, representando cortes nos morros que circundam o bairro: são as ruas Visconde Morais, Fagundes Varela, São Sebastião e João Caetano. Entre o Ingá e Icaraí não havia passagem, impedido pelo morro que descambava no mar, que foi dinamitado nos meados do século XIX. O material produzido pelo desmonte da Itapuca original, foi utilizado para construção da muralha do cais e aterro respectivo, reduzindo sensivelmente a praia das Flechas.
O bairro de Jurujuba é uma península cercada pelas águas oceânicas e da própria baía, limitando-se por terra com Charitas, próximo ao cruzamento entre Avenida Carlos Ermelindo Marins e o caminho para o Forte Imbuí; e com Piratininga, pela linha de cumeada do Morro do Ourives. Destaca-se o estabelecimento de uma colônia de pescadores e a criação de um sistema de defesa integrado pela Fortaleza de Santa Cruz e pelos Fortes Rio Branco, Imbuí e São Luís —para proteger a entrada da Baía de Guanabara das invasões que ocorreram a partir do séc. XVI.
Morro do Estado, um prolongamento natural do Centro, tornou-se bairro em 1986 pela lei 4.895 de 08/11/86. Situado entre o Ingá, Icaraí e o Centro, é uma das maiores favelas da cidade em número de habitantes e em densidade demográfica. É um bairro que possui características que o distingue dos demais: a sua ocupação caracteriza-se pela forte segregação espacial em relação aos dos bairros vizinhos. Hoje existe uma divisão social do espaço: os moradores mais antigos, geralmente de procedência nordestina, se concentram principalmente na parte voltada para a rua Padre Anchieta e arredores, onde os domicílios possuem melhor estrutura, enquanto os mais recentes ocupam as demais áreas. Existe complexa teia de organização e normas no Morro do Estado responsável pela criação da escola de samba, do bloco carnavalesco, da associação de moradores, do conselho comunitário e de outras formas de agrupamentos sociais.
PÉ PEQUENO
A origem do nome está associada ao surgimento do bairro. Quando a antiga Fazenda Santa Rosa (séc. XVIII) que dominava vasta região começou a ser desmembrada entre os seus herdeiros, a maior área ficou em poder de Antonio José Pereira de Santa Rosa Jr., conhecido também por Pé Pequeno. Este, por sua vez, vendeu parte das terras situadas à esquerda da antiga estrada do Calimbá (atual Dr. Paulo Cézar), logo transformadas em chácaras. Com o passar do tempo, as chácaras do Pé Pequeno, que abrigavam famílias de nível econômico elevado e alguns dos nomes ilustres do município, foram revendidas e loteadas. Abriram-se novas ruas e foram construídas novas residências.
PONTA D’AREIA
Localizado na Península da Armação, a Ponta D’Areia, por sua posição geográfica, encontra-se diretamente relacionada às águas da Baía de Guanabara. O nome Armação está relacionado à pesca ("armar" os barcos) e ao esquartejamento de baleias, já que a península foi importante porto baleeiro. A vocação industrial veio depois, e com as oficinas de material bélico da Marinha e estaleiros. Visconde de Mauá, um empreendedor, chegou a empregar centenas de operários em suas instalações que construíram vários navios
De ocupação antiga, Santa Rosa deve a sua denominação à antiga Fazenda Santa Rosa (séc. XVIII) que dominava vasto território. A paisagem do bairro ainda era muito exuberante e nesse período, o bairro viu passar por suas estradas, tropas de mulas vindas do interior que desciam dos caminhos do Viradouro, Atalaia e Cubango em direção ao Centro. As suas principais vias, na época, eram a rua Santa Rosa e a estrada do Calimbá (atual Dr. Paulo Cezar). No ano de 1883, com a fundação do Colégio Salesiano, o bairro tornou-se mais conhecido ainda. Ao lado do Colégio instalou-se a Basílica e, nas proximidades, no alto do Morro do Atalaia, o Monumento a Nossa Senhora Auxiliadora, inaugurado em 1900. Atualmente encontra-se instalado na Basílica um órgão de 11.130 tubos, o maior da América Latina.
São Domingos é um dos bairros menores e mais antigos de Niterói e nele aconteceram fatos significativos, que marcaram a história da cidade. Caminhando pelas suas ruas, observando edificações e praças, fica evidente a convivência e o contraste entre o passado e o presente. Sua paisagem natural está praticamente destruída, nada restando da vegetação e das praias que proporcionavam um clima agradável e que tanto encantaram e atraíram os que para cá (Banda d'Além) vieram a passeio, curar suas enfermidades, morar e se estabelecer. O principal meio de transporte e comunicação entre os diferentes locais era o marítimo. No litoral da Baía de Guanabara existiam diversas pontes de atracação. Do lado de cá existiam pontes de São Domingos a Guaxindiba (São Gonçalo), de onde partiam os caminhos que conduziam ao interior.
As primeiras referências encontradas na literatura e nas cartas geográficas sobre o bairro de São Francisco datam do séc. XVII e dizem respeito à capela de São Francisco Xavier. São Francisco é um grande vale, e nas duas extremidades de sua enseada, desembocam os rios Santo Antônio ( Av. Presidente Roosevelt) e o Taubaté (Av. Taubaté). A pesca na enseada, farta e de grande variedade, sempre foi importante meio de sustento tanto para os indígenas, ocupantes originais do bairro, quanto para os portugueses — que os sucederam. O bairro teve as suas terras inicialmente ocupadas pelos jesuítas. Com a expulsão dos Jesuítas, a fazenda onde estavam instalados foi desmembrada e um dos novos proprietários das terras daí surgidas foi a família Menezes Fróes. A Estrada Fróes, custeada pelo major Luis José de Menezes Fróes, foi construída para facilitar o escoamento da produção da fazenda no Saco de São Francisco. A estrada significou nova e importante ligação com Icaraí.
Constituído como bairro em 1986, o Viradouro é um prolongamento de Santa Rosa. A rua Dr. Mário Viana, principal artéria de Santa Rosa, era conhecida como rua do Viradouro no trecho próximo a Garganta, nome popular da subida do Morro da União. Localizado entre dois morros, o do Africano e o da União, o bairro é de ocupação recente. Nos anos 40 e 50 viviam no local umas poucas famílias, segundo relato dos moradores mais antigos. Fato interessante desta época era a forma de "grilagem" que acontecia no local: como os terrenos eram de posse, havia um proprietário de armazém, Sr. José Lopes, mais conhecido como José do Lápis, que anotava as dívidas, principalmente de gêneros alimentícios, das famílias residentes. Estas dívidas conforme se avolumavam, eram trocadas pela posse das terras e até das benfeitorias, fazendo com que o comerciante se transformasse em grande proprietário de terras.
A área do Vital Brazil compreende pequena planície cortada por pequenos rios que desembocam no rio Icaraí; e por encostas do Morro do Cavalão. A parte mais baixa era alagadiça, formando charcos, até que a canalização dos rios tornou possível às edificações no local. Esta área outrora pertenceu às fazendas Santa Rosa e Cavalão, sendo que ao longo do tempo essas terras foram vendidas e parceladas, datando do final da primeira metade do séc. XX o processo de ocupação e formação do bairro. O fato responsável pela denominação do lugar foi a transferência do Instituto Vital Brazil, que funcionava em Icaraí, para "instalações melhores" no bairro, numa grande área onde funcionara uma olaria (1919).